domingo, 4 de julho de 2010

4th of july


4th of july.

Fogo de artifício a dançar sobre a skyline de Boston, a dançar dentro de mim.
Descalça na relva, a aproveitar o tempo roubado ao tempo, que este ladrão tem pernas curtas.
(Tic tac, o tempo. Não se compadece.)

A conversar sobre coisas demasiado sérias para serem discutidas com esta displicência de quem apenas compartilha um pôr-do-sol e um ginger ale, numa intimidade espontânea e ilógica. Um homem só é, tantas vezes, um homem novo - sem medo, sem amarras, revisitado.

Mais uma vez a dar abraços sentidos, gravados a pele de galinha, a a desejar que o adeus seja apenas um até logo. A agradecer baixinho à vida pelas boas coisas que ela pôs no meu caminho, pequenos milagres, mesmo que que fugazes estrelas cadentes. E esse detalhe não faz deles menos milagres.

E, por isso, é difícil fechar esta mala - cheia de novas paisagens, novos sorrisos, novas histórias - na qual me levo nova, questionada por uma cultura diferente, encantada por esse mistério sempre novo que é o ser humano. Na qual levo as histórias que compartilhei, todas as conversas que levaram a minha opinião para um pouco mais longe da tip of my nose. Na qual levo todos os inúmeros caminhos que se abrem, quando se sai da estrada habitual.

4th of july. E uma pergunta difícil - qual é o meu big plan? E eu não sei. Há 3 anos atrás, eu não poderia realmente prever onde estaria hoje. Não podia imaginar que os meus baby steps me levariam a lugares tão felizes, sem os quais eu não me consigo imaginar, que realmente me mudaram e que passaram a ser uma parte tão importante da minha história.
Eu acreditava que devia ir atrás dos meus sonhos, e que eles me levariam a um lugar feliz, e era apenas isso. Eu acreditava em dar espaço à vida para que ela me pudesse surpreender.

E hoje, 4th of july, eu acredito um pouco mais.