domingo, 4 de julho de 2010

4th of july


4th of july.

Fogo de artifício a dançar sobre a skyline de Boston, a dançar dentro de mim.
Descalça na relva, a aproveitar o tempo roubado ao tempo, que este ladrão tem pernas curtas.
(Tic tac, o tempo. Não se compadece.)

A conversar sobre coisas demasiado sérias para serem discutidas com esta displicência de quem apenas compartilha um pôr-do-sol e um ginger ale, numa intimidade espontânea e ilógica. Um homem só é, tantas vezes, um homem novo - sem medo, sem amarras, revisitado.

Mais uma vez a dar abraços sentidos, gravados a pele de galinha, a a desejar que o adeus seja apenas um até logo. A agradecer baixinho à vida pelas boas coisas que ela pôs no meu caminho, pequenos milagres, mesmo que que fugazes estrelas cadentes. E esse detalhe não faz deles menos milagres.

E, por isso, é difícil fechar esta mala - cheia de novas paisagens, novos sorrisos, novas histórias - na qual me levo nova, questionada por uma cultura diferente, encantada por esse mistério sempre novo que é o ser humano. Na qual levo as histórias que compartilhei, todas as conversas que levaram a minha opinião para um pouco mais longe da tip of my nose. Na qual levo todos os inúmeros caminhos que se abrem, quando se sai da estrada habitual.

4th of july. E uma pergunta difícil - qual é o meu big plan? E eu não sei. Há 3 anos atrás, eu não poderia realmente prever onde estaria hoje. Não podia imaginar que os meus baby steps me levariam a lugares tão felizes, sem os quais eu não me consigo imaginar, que realmente me mudaram e que passaram a ser uma parte tão importante da minha história.
Eu acreditava que devia ir atrás dos meus sonhos, e que eles me levariam a um lugar feliz, e era apenas isso. Eu acreditava em dar espaço à vida para que ela me pudesse surpreender.

E hoje, 4th of july, eu acredito um pouco mais.

sábado, 26 de junho de 2010

Union Square Farmer's Market


(nao sei muito bem como)
mas com as minhas raízes do campo
este fascínio por flores
e os meus incorrigíveis hábitos madrugadores

há sempre uma elevada probabilidade
de me perder num sítio destes

couves multicolores
(e o rapaz , flattered pela minha reportagem fotográfica,
jura que são naturais :))


[that was fun! :)]

City of Cambridge Dance Party
Friday, June 25, 7 – 11 p.m.
795 Massachusetts Ave. (in front of Cambridge City Hall)
"Grab your dancing shoes and join hundreds of people — young and old — who will move to the groove at the The portion of street in front of Cambridge City Hall, between Inman and Bigelow Streets, will be closed to traffic, but open for dancing!!
Each year, hundreds of Cambridge residents and friends gather for this free citywide street party featuring a variety of music. After dark, spectacular lights will be launched, adding to the magic of the evening!"


(isto é a City Hall com efeitos luminosos projectados nela,
e - se a foto fizesse justiça - ,
viam-se também centenas de pessoas a dançar ao som da musica :)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Portugal tão perto

(nas ruas de Somerville, é tão fácil dar de caras com a nossa cultura)


(and last, but not the least... na montra de um cabeleireiro tuga!)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

(anoitece sobre o harvard memorial hall)

"How do you get to West Egg village?" he asked helplessly.
I told him. And as I walked on I was lonely no longer. I was a guide, a pathfinder, an original settler. He had casually conferred on me the freedom of the neighborhood.

And so with the sunshine and the great bursts of leaves growing on the trees, just as things grow in fast movies, I had that familiar convinction that life was begginning over again with the summer."

The Great Gatsby, F. Scott Fitzgerald

quarta-feira, 23 de junho de 2010

[Eu lucro, por causa da cor do trigo]

[escrevia eu, há quase dois anos, blue.
mas ele escreveu infinitamente melhor do que eu alguma vez conseguirei]



- Que quer dizer “cativar”?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços...”
- Criar laços?
- Exactamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativares, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
A minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens caçam-me a mim. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu aborreço-me um pouco. Mas se tu me cativares, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos fazem-me entrar debaixo da terra. O teu chamar-me-á para fora da toca, como se fosse música.

E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa nenhuma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, far-me-á lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...


(...) No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começo a ser feliz. Quanto mais se for aproximando da hora, mais feliz eu me sentirei. Às quatro horas, então, vou estar inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... São preciso rituais.
- Que é um ritual? - perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, de todas as outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um ritual. Dançam à quinta-feira com as raparigas da aldeia. A quinta-feira é, por isso, um o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa.
Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! - disse o principezinho.
- Pois vou, disse a raposa.
- Então, não lucras nada...

- Eu lucro, disse a raposa,
por causa da cor do trigo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Diz a terceira lei de Newton que...

... "quando um sistema interactua com outro sistema, exercem-se forças simultâneas, que possuem a mesma direcção, a mesma intensidade (valor numérico) e sentidos opostos.

A lei da acção-reacção diz que se um corpo exercer uma força sobre outro, este último exerce sobre o primeiro uma força que tem a mesma direcção, o mesmo valor, mas de sentido oposto ao da primeira força. A força que se exerce entre dois corpos é uma força atractiva, denominada por força de atracção gravitacional.

Nas grandes massas como a Terra e outros corpos celestes originam-se forças gigantescas deste tipo. No entanto, nos corpos pequenos esta força é muito fraca e não é detectada pelos métodos convencionais."



[eu sempre achei que não há pessoas boas ou más.
que há pessoas, em dias bons ou maus, com facetas boas ou más.
mas mais do que isso acredito, como máxima de vida,
que se lhes tentarmos oferecer as nossas coisas boas,
por norma, elas se esforçarão por nos oferecerem o que de melhor tiverem.

sim, eu sei que nós somos corpos pequenos,
que os métodos convencionais não detectam,
mas a terceira lei de Newton está aí.

e é por isso que eu hoje tive uma sobremesa com gelado,
tal como precisava.]